ASSINATURA
Minha vida é um novelo, meu
Senhor!
Parece um novelo embolado!...
Há tantos nós, tantas voltas...
Pedaços emaranhados que de tão
frouxos e esticados
Confundem qualquer artesão!...
Preciso de traço seguro,
Que me tire deste apuro
Por mão de artista entendido...
Vem consertar...
Vê o que pode fazer com estes
pedaços picados
De acertos, construções,
Mas, logo depois: retrocessos,
Desacertos, desfiliações...
Vem corrigir, acerta o
ponto...
Põe em ordem, organiza,
Faz peça boa, servil.
Vem, faz um leito,
Que apague todo defeito,
Que defina traços perfeitos
Conhecidos por quem planejou.
Sei que é artista, e olha a
obra de cima...
Mas, sou novelo,
E quando olho daqui, desta agulha,
Desespero,
Nada entendo.
Se eu pudesse olhar com suas
vistas...
Certamente mais calma estaria,
Sabendo que o idealizador
Vê beleza nos nós do avesso.
Só o amor, que sabe o trabalho
que deu,
Pode tomar como seu este
projeto bendito:
Obra de arte emendada,
Mas que tão bem consertada
Serve pra ornar seus palácios
Exposta como troféu.
Troféu seu, meu Senhor, com
certeza!
Pois, se meu? Estaria perdido...
Mas, se seu, vale pela
assinatura
De quem transformou, à
altura... e usou.
Para Jane Lindoso. Barra.
14/08/2016
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