Pra.Dra. Nídia Limeira de Sá
Recentemente li um livro de Alfredo Sirkis contando sobre “O Efeito Marina” nas últimas eleições, quando o Brasil teve duas mulheres e um homem disputando a Presidência da nação. Ele foi um dos coordenadores da campanha da candidata cristã e conou como foram elaborados os programas de TV para o horário político. Disse que comentavam o seguinte: “É entre as mulheres pobres, cristãs, que se pode gerar a onda” (2011, p. 94).
De fato, as classes C e D são o alvo dos programas eleitorais, porque representam a grande maioria da população, e, como as mulheres são maioria numérica, elas representam um alvo poderoso para os estrategistas do marketing político. No entanto, a maioria das mulheres está distante dos temas políticos em geral, infelizmente, ainda é uma realidade. Nós, mulheres cristãs, fomos decisivas na campanha presidencial passada, mas, ainda precisamos de conhecimento sobre os temas políticos cruciais para a nossa nação.
Infelizmente, nem mesmo temos representatividade suficiente nos partidos políticos! A arena política brasileira continua sendo um território essencialmente masculino. Dentre os mais de 500 Deputados Federais que existem no Brasil, menos de 10% são mulheres.
Apenas a parir dos anos 80 é que houve a entrada das mulheres na representação dos partidos, quando foi instituído que cada partido deveria obedecer a uma cota de 30% para mulheres candidatas. Mas, esta cota de não garantiu a efetiva participação feminina na vida político-partidária, e muitas mulheres são incluídas na disputa apenas para figuração.
Segundo estudos sociológicos, as mulheres, em nossa sociedade, não são educadas para ocupar espaços públicos, e isto é um componente cultural, intrínseco à educação familiar, religiosa e até mesmo escolar das mulheres. As mulheres são educadas para o ambiente privado. Geralmente as mulheres não se imaginam em um papel político! Apesar de termos uma população majoritariamente feminina, temos uma participação política minúscula, de mulheres. De todos os Vereadores do Brasil, apenas 12,5% são mulheres, 11,6% dos Deputados Estaduais são mulheres e apenas 8,7% dos Deputados Federais são mulheres. Além do mais, muitas mulheres só ganham espaço na política partidária brasileira porque são associadas aos sobrenomes dos maridos, pais ou irmãos. Estudos dizem que das 45 deputadas federais em atividade no país, 14 delas tiveram sua atuação parlamentar vinculada ao parentesco com homens públicos.
Paralelamente à política, também em diversas igrejas cristãs as mulheres não conseguem exercer um papel de liderança. Muitos acham que é antibíblico as mulheres serem pastoras, ou apóstolas, ou líderes políticas. Inclusive, tomam, como base, o versículo de Isaías 3:12 (“Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo”). Alguns acham que termos atualmente uma mulher na Presidência é um sinal de que estamos muito mal, em maldição mesmo. Não entendem que o profeta Isaías se referia ao caos em que estava a nação pela desobediência dos líderes (masculinos, naquela época). Ora, o mal não estava em ter mulheres à frente do governo, estava na completa incompetência, desleixo e insanidade masculinos. Ademais, em situação de crise moral e espiritual, como era o caso de Israel naquela época, muitos homens se deixam dirigir por mulheres debaixo de sedução e chantagem emocional, como fizeram Jezabel e Salomé.
Outros cristãos, para excluir as mulheres da liderança, argumentam que Paulo declarou que as mulheres não deveriam falar na Igreja (I Co 14:34). É verdade que Paulo disse isto mesmo, mas, vamos entender o texto? Vejamos: o Cristianismo estava começando a ser difundido e, verdadeiramente, naquele contexto sociocultural, as mulheres não tinham o respaldo necessário da sociedade, então, para não causar confusão e o Cristianismo não cair em descrédito, o melhor, à época, era mesmo que as mulheres deixassem esta tarefa para os homens. Vale ressaltar que a igreja de Cristo não foi criada para fazer uma revolução social, mas para fazer uma transformação espiritual: a transformação social seria/será consequência da revolução espiritual realizada em cada um.
Há uma máxima hermenêutica que diz: “Bíblia se interpreta com Bíblia”.Para reconhecer os princípios, temos que conhecer o contexto da Bíblia toda. As verdades bíblicas se completam e se reafirmam de outras formas e em outros contextos.
O próprio Jesus foi criticado por quebrar barreiras culturais, pois ele tratava as mulheres de maneira muito diferente do que o costume da época, dando-lhes a dignidade que mereciam. A Bíblia fala de mulheres que foram relevantes na sociedade, usadas por Deus para atuações importantíssimas: Hilda, Débora, Ester, Sara, Miriã, Noemi, Raabe, dentre outras. As mulheres não foram excluídas dos planos divinos.
Nós, mulheres cristãs, temos sido convocadas para ter um papel proeminente, um papel de liderança. Por que não? Além de dar a sustentação emocional em nossas casas, precisamos estudar, trabalhar, participar de organizações da sociedade civil e de diversos fóruns, porque temos capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Precisamos ter um papel de protagonistas da história. A mensagem bíblica no seu todo impulsiona as mulheres para a liderança, mas nos cabe exercer esta liderança com graça, com eficiência, com competência, com serenidade e com a garra. O mundo já percebeu a importância de nossa presença. Vamos lá, vamos fazer jus a esta expectativa!
Deus capacitou mulheres para postos de comando. Estar em postos de comando não significa ser masculinizada, abrutalhada, significa exercer um chamado com firmeza e com ternura. Nós somos craques em militância política; nossos filhos e nossos maridos dão o maior testemunho disto, porque quando queremos uma coisa... vamos à luta!
O próprio Jesus foi criticado por quebrar barreiras culturais, pois ele tratava as mulheres de maneira muito diferente do que o costume da época, dando-lhes a dignidade que mereciam. A Bíblia fala de mulheres que foram relevantes na sociedade, usadas por Deus para atuações importantíssimas: Hilda, Débora, Ester, Sara, Miriã, Noemi, Raabe, dentre outras. As mulheres não foram excluídas dos planos divinos.
Nós, mulheres cristãs, temos sido convocadas para ter um papel proeminente, um papel de liderança. Por que não? Além de dar a sustentação emocional em nossas casas, precisamos estudar, trabalhar, participar de organizações da sociedade civil e de diversos fóruns, porque temos capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Precisamos ter um papel de protagonistas da história. A mensagem bíblica no seu todo impulsiona as mulheres para a liderança, mas nos cabe exercer esta liderança com graça, com eficiência, com competência, com serenidade e com a garra. O mundo já percebeu a importância de nossa presença. Vamos lá, vamos fazer jus a esta expectativa!
Deus capacitou mulheres para postos de comando. Estar em postos de comando não significa ser masculinizada, abrutalhada, significa exercer um chamado com firmeza e com ternura. Nós somos craques em militância política; nossos filhos e nossos maridos dão o maior testemunho disto, porque quando queremos uma coisa... vamos à luta!
A Bíblia diz que nós todos somos iguais perante Deus (Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus - Gl 3:27). As primeiras testemunhas da ressurreição foram escolhidas por Deus, e estas foram MULHERES! Jesus teve atitudes favoráveis para com as mulheres, como nenhum outro. É muito comentado o fato de que Jesus não estabeleceu nenhuma diferença entre homens e as mulheres. Ele considerou as mulheres como pessoas responsáveis para testemunhar, evangelizar e profetizar. Se podemos ser bênção na igreja, podemos ser bênção em qualquer lugar. Precisamos buscar a inteligência, o preparo técnico, a sabedoria e a unção.
Paulo falou muito em seu amigo Áquila e na esposa dele: Priscila. Estes dois trabalhavam juntos, no mesmo ofício de Paulo (faziam tendas - Atos 18:3); eram tidos (os dois) como “meus cooperadores em Cristo Jesus" (Romanos 16:3); eram ousados ao ponto de exporem suas cabeças por Paulo (os dois); tornando-se bênção para “todas as igrejas dos gentios” (os dois). Priscila era também uma mestra: vendo Apolo ensinar somente aquilo que aprendeu com João Batista e não o que Jesus havia ensinado, secretamente, chamou-o e, juntamente com Áquila, o instruiu na verdadeira doutrina (At 18:25,26).
Neste século de tantas vozes autoritárias, prepotentes, vaidosas, de tanta manifestação das “obras da carne”, Deus tem erguido uma geração de mulheres inteligentes, guerreiras, que não se vendem, nem se dobram. A mulher foi chamada nesta geração para fazer diferença também no campo político (e isto não significa somente ser candidata a algum cargo eletivo). Foi chamada para saber das coisas, para influenciar, para pregar liberdade aos cativos e para por em liberdade os oprimidos. A promessa que Deus fez a Abraão só se cumpriu quando Deus convenceu a Sara do seu papel na conquista de um povo. Abraão tinha a promessa, mas Sara tinha o útero! Somos mulheres que podem gerar um Brasil restaurado, de muitas e muitas formas!
Deus diz: "e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas" (2 Co 6:18).
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