Sou
dependente da Graça.
Sou
miserável, pobre, cega e nu.
Nada
tenho, nada é meu.
A vida
que tenho, recebi.
O ar que
respiro não é meu,
O corpo
que tenho, não tenho - foi empréstimo.
Não
comprei,
Não me
esforcei para ter...
Administro
apenas.
A vida
que vivo não determino início nem fim.
Sou
dependente da Origem.
Dependo
dos outros também:
Da
energia para trabalhar,
Da
sociedade para me estimular,
Do outro
para me espelhar...
Acima de
tudo e de todos,
Dependo
de Deus para dar a liga -
A liga
que dá sentido.
Sou
subalterna dos céus,
De onde
emanam as leis que me obrigam
Que me
limitam,
Que me
mantém bem humilde.
Sou subordinada
ao invisível,
Subjugada
pelo impossível,
Submissa
ao que não entendo plenamente.
Vivo
rodando no espaço
E dependo
de quem me deu o ponto de partida.
Dependo
de quem fez o primeiro movimento que me tirou da inércia.
Por isto
dependo de Deus.
Só pode
ter sido Ele a dar o primeiro impulso!
E, como
foi, fico contente,
Porque
não entendo a atenção dirigida e intencional.
Quem foi
que disse que a gente
Com tanto
mal incruado,
Consegue chamar
a atenção de tanto Amor revelado?
Que ato
foi este que ousou
Dar-me carinho
e atenção
Mesmo
sabendo um dia eu iria questionar?
O que
posso chamar de "meu"
Senão à
síntese da minha consciência, pensamentos e ações?
Esta
síntese sou Eu,
E este
Eu", eu entrego.
Entrego porque
sou sujeito
Do ato
inicial.
Dependo
de quem me deu o ponto referencial.
Dependo de
quem marcou-me no tempo e no espaço
Para me
dar um nome que ainda não sei qual é.
Mas, sei
que o tenho....
E que
alguém o guarda
Para um
dia mo sussurrar...
Posso não
ter sentido,
Com tanto
interesse sentido?
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